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Gabriela Dássio

O acompanhante perfeito existe?

Direto e reto: sim! Pensando nisso, desenvolvemos um teste mega descontraído pra te ajudar a refletir e avaliar sobre essa escolha :) "Mas, como assim? Eu não posso levar minha mãe, minha prima, minha tia, minhas 3 melhores amigas e meu cachorro??? Vai ser super importante pra mim!" Calma, eu te explico: Existem 2 grandes motivos pra refletirmos sobre isso: 1) Risco de contaminação Em tempos de pandemia isso se torna um pouco mais compreensível e até mais fácil de explicar. Estamos falando de um procedimento invasivo, que envolve sangue, dor e sofrimento! Brincadeeeeeira, mas nem tanto... O tatuador fica exposto ao sangue do tatuado e o tatuado fica exposto ao ambiente. Por mais que o estúdio tome todos os cuidados necessários para evitar a contaminação cruzada, não é um ambiente seguro para crianças, animais de estimação e aglomerações. Quanto menos pessoas circularem no local, mais controlada se torna a manutenção. Por isso, o ideal é levar com você no máximo um acompanhante. E ainda é legal dar aquela conferida se o estúdio onde você vai se tatuar permite acompanhantes. Pergunte! Vai ser muito gentil da sua parte :)


2) Pressão psicológica Cada profissional desenvolve o seu método criativo. Uns gostam de preparar o desenho dias antes, outros gostam de desenhar junto com o cliente, alguns tem pavor da pressão de deixar o cliente aguardando no estúdio enquanto desenham... O que todos tem em comum é o momento de mostrar o desenho para o cliente. Nesse momento estamos com o nosso radar na potência máxima. Prestamos atenção na forma como os olhos do cliente percorrem o desenho, se a sua respiração muda, a diferença sutil no tom da voz ao comentar algo, quais palavras escolhe pra se expressar, se há alguma mudança na postura... Existe toda uma ciência por trás desse momento que nos ajuda a entender além do que é expressado verbalmente. É um momento preciosíssimo! Sim, nós sabemos quando vocês não estão completamente satisfeitos com o desenho, mesmo que vocês digam o contrário :) Dependendo da companhia desse cliente essas expressões podem mudar muito. Uma opinião muito positiva ou muito negativa vindo do acompanhante pode influenciar tanto a percepção do cliente sobre o desenho quanto a expressão da sua verdadeira opinião. Afinal, a pessoa que o acompanha nesse processo é alguém de confiança, logo, sua opinião importa muito. Além da opinião, a forma como o acompanhante se porta diante desse momento também é muito importante. Uma pessoa que não gosta de tatuagens dificilmente vai receber as soluções do tatuador de uma forma positiva, por exemplo. Outro caso comum é o de querer querer "impressionar" o acompanhante. O cliente acaba ficando mais corajoso, faz a tattoo maior do que imaginou, escolhe um local mais ousado, topa qualquer coisa que o tatuador propor... Por mais que seja uma delícia trabalhar com um cliente que aceite todas as nossas propostas, é de extrema importância sabermos que essa pessoa vai estar genuinamente apaixonada pelo que ela vê ao se olhar no espelho no dia seguinte. E no dia seguinte. E no dia seguinte... A nossa estética, a nossa percepção sobre nós mesmos, já é moldada demais pela sociedade, pelas mídias, etc, etc, etc... Isso não é mais novidade pra ninguém, certo?

Estamos constantemente numa luta interna pra nos aceitarmos como somos ou pra nos encaixarmos nos padrões. Gosto de ver a tattoo como um ato de liberdade, de expressão de quem realmente mora dentro dessa carcaça que chamamos de corpo. Não permita que esse momento se torne mais uma amarra, mais uma cobrança, mais uma preocupação meramente estética sobre você mesmo. Por isso, esteja presente nesse momento com a sua melhor companhia, aquela que te põe pra cima, que entende o que a tattoo representa pra você, que respeita suas escolhas e que vai te apoiar, de fato. Mesmo que isso signifique ir sozinho à sua sessão. Muitas vezes, nós mesmos somos a nossa melhor companhia :)


Com amor, Gabriela Dássio

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